Diariamente, muitas crianças apresentam problemas cardíacos congênitos. A todas as deformidades que venham a acontecer na estrutura do coração ainda em estágios iniciais do feto, dá-se o nome de cardiopatia congênita ou doença cardíaca congênita.
Em se tratando de malformações que possam acometer o feto, as cardiopatias congênitas representam a ocorrência mais frequente. Estudos apontam que 1 em 100 crianças nascem apresentando este tipo de doença. Desse total, estima-se que 80% precisarão ser submetidos a tratamentos cirúrgicos.
Embora para boa parte dos casos o tratamento adequado seja realizado logo após o nascimento, é fundamental que o diagnóstico da condição aconteça já no pré-natal. Isso se faz necessário para que o nascimento da criança ocorra em um ambiente adequado.
Além disso, quando do risco de cardiopatia congênita, é necessário que haja instalações ideais para o caso de ser preciso realizar alguma cirurgia cardíaca.
A doença cardíaca congênita acontece ao longo da gestação, quando o coração do bebê está passando pela fase de desenvolvimento, ou seja, antes do nascimento. Doenças dessa natureza são consideradas as mais frequentes em se tratando de defeitos congênitos.
A cardiopatia congênita ocorre ao longo das primeiras 8 semanas de crescimento do feto. É importante destacar que o desenvolvimento fetal é marcado por fases específicas. Nesse caso, a doença cardíaca congênita decorre do fato de alguma dessas fases não ter acontecido na época ideal.
Para compreender as diferenças entre as cardiopatias congênitas, é preciso esclarecer o conceito de “cianose”. Em outras palavras, este termo diz respeito à coloração da pele azul-arroxeada, também vista em unhas e mucosas.
Tal coloração é indicativa de que há baixa oxigenação sanguínea. Desse modo, as cardiopatias são classificadas em cianóticas e acianóticas.
Este é considerado o tipo mais comum de cardiopatia. No conjunto de sintomas, como a própria denominação sugere, o paciente não apresentará cianose. No entanto, o indivíduo poderá desenvolver prostração e pneumonia recorrente.
Em se tratando deste tipo de cardiopatia, as malformações poderão ocorrer na persistência do canal arterial (PCA), na comunicação entre átrios (CIA), bem como entre ventrículos (CIV). Há também os casos em que ocorre a coarctação da aorta (CoAo), podendo ser marcados pela presença de hipertensão arterial.
O paciente acometido apresenta cianose em unhas, mucosas e principalmente na pele. Nesses casos, há a presença de uma mistura de sangue rico em oxigênio e gás carbônico. Além disso, acontecem alterações expressivas nos fluxos sanguíneos, fazendo com que ocorra carência de oxigênio.
A tetralogia de Fallot representa um dos casos mais comuns de cardiopatia dessa natureza. Esta se caracteriza, sobretudo, por uma expressiva deformidade no septo ventricular, atresia tricúspide, anomalia de Ebstein, transposição das grandes artérias e defeitos do septo atrioventricular (DSAV).
Na maior parte dos casos, os quadros de cardiopatias cianóticas são de natureza simples. Nos casos mais graves, o transplante de coração poderá ser necessário.
Dentre os sintomas mais frequentes deste tipo de doença estão o cansaço, presença de sopro cardíaco, cianose, arritmias, falta de ar, dores no peito e dificuldade para ganho de peso.
No que diz respeito aos bebês, se a mãe não tiver realizado acompanhamento pré-natal ou até mesmo exames após a criança ter nascido, o diagnóstico poderá ser feito com base em alguns sintomas. O bebê poderá apresentar cianose, arritmias cardíacas, grande prostração após mamar, bem como choro intenso e constante.
O médico pediatra poderá verificar a ocorrência de alterações na frequência cardíaca do bebê, hipertensão arterial e sopro cardíaco, de forma a encaminhar o paciente para realizar exames específicos.
É importante salientar que a doença cardíaca congênita poderá se apresentar em fases variadas da vida, ou seja, os sintomas podem surgir após o nascimento até o indivíduo se tornar adulto. Há casos em que o paciente fica assintomático durante anos, o que gera dificuldade em se tratando de diagnosticar a doença precocemente.
Dessa forma, pela possibilidade da doença ser inicialmente assintomática, é importante que avaliações e exames cardiológicos sejam realizados de forma periódica.
A condição poderá ser precocemente diagnosticada por meio do exame de ecocardiografia fetal, cuja forma de realização se assemelha à ecografia, não havendo risco fetal.
O exame em questão possibilita com que a realização do parto ocorra de maneira segura, tanto para a criança, quanto para a mãe. Desse modo, é possível a prevenção de ocorrências como parada cardíaca, choques e comprometimento neurológico do bebê.
A partir da 18ª semana de gestação é possível a realização de ecocardiografia fetal. Considera-se, entretanto, que entre a 24ª e 28ª semanas de gravidez o exame seja mais recomendado.
Ainda que o indivíduo possa apresentar predisposição genética para o desenvolvimento da doença, em diversos casos, a cardiopatia congênita poderá acontecer espontaneamente.
Com isso, há forte recomendação por parte dos médicos em se tratando da realização deste exame nas gestantes, mesmo que não se suspeite dessa ocorrência.
Quando da observação de fatores que possam potencializar o risco de cardiopatia congênita, o médico poderá recomendar que a ecocardiografia fetal seja feita antes do período habitual. Há casos em que o especialista poderá solicitar o exame mais de uma vez antes da criança nascer.
Alguns dos principais fatores de risco são:
Determinadas características relacionadas à mãe poderão aumentar o risco do desenvolvimento de alguma cardiopatia congênita. Confira:
Boa parte das malformações no coração precisa ser tratada logo no primeiro mês após o nascimento. Por essa razão, em determinados casos, poderá ser preciso realizar intervenções intrauterinas.
Dessa forma, o diagnóstico precoce é de suma importância para o tratamento da doença.
Este tipo de doença costuma ser mais frequente em se tratando de gestações quando a mulher tem mais de 40 anos, com diabetes e que já tenham histórico familiar de cardiopatia congênita.
Para gestantes que apresentem infecções virais, o risco é ainda maior, assim como as que sofrem com doenças autoimunes. Da mesma forma, o emprego de determinados medicamentos também aumenta o risco para esta doença.
O aumento da translucência nucal costuma ser indicativo de risco, podendo ser diagnosticada por meio do exame de ecografia morfológica, realizado no 1º trimestre de gestação. O mesmo pode-se dizer de taquicardias contínuas, bradicardia e outras alterações para além do coração.
Pelo fato de 90% das malformações cardíacas fetais não estarem relacionadas a fatores de risco específicos, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda a ecocardiografia fetal como um exame que deve ser feito em todas as gestações.
Assim sendo, busca-se a obtenção de diagnóstico precoce de qualquer tipo de anomalia que possa existir no coração.
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