Miocardiopatia dilatada é uma condição cardíaca grave e uma das formas mais comuns de cardiomiopatia. Caracterizada principalmente pela dilatação (alargamento) das câmaras cardíacas e pela perda progressiva da força de contração, essa doença representa um desafio significativo para a saúde pública.
O coração, que funciona como uma bomba eficiente, vê sua capacidade comprometida, levando a uma série de complicações que impactam profundamente a qualidade e a expectativa de vida do paciente.
Em sua essência, a miocardiopatia dilatada é uma doença do músculo cardíaco. O termo “miocardiopatia” significa “doença do músculo do coração” (miocárdio), e “dilatada” refere-se ao seu aspecto mais marcante: o alargamento das paredes do coração, sobretudo do ventrículo esquerdo, que é a câmara responsável por bombear o sangue rico em oxigênio para todo o corpo.
Esse processo de dilatação e enfraquecimento faz com que o coração perca a sua capacidade de se contrair com força suficiente. Consequentemente, o órgão não consegue ejetar o volume adequado de sangue a cada batimento, um parâmetro medido pela “fração de ejeção”. Esse é o mecanismo primário que leva ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, uma síndrome clínica complexa onde o coração não supre as demandas metabólicas do organismo.
Embora seja uma doença grave, os avanços significativos na terapia medicamentosa e nos dispositivos cardíacos melhoraram drasticamente o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.
A miocardiopatia dilatada pode ser classificada como idiopática (quando a causa é desconhecida) ou ter uma origem específica identificável. Saber a causa impacta na forma como ocorrerá o tratamento do paciente. As principais causas da cardiomiopatia dilatada são:
Os sintomas da miocardiopatia dilatada são, em grande parte, os mesmos da insuficiência cardíaca congestiva, decorrentes do baixo débito cardíaco e do acúmulo de líquidos (congestão) no organismo. Os sintomas mais comuns em adultos incluem:
Além desses sintomas debilitantes, complicações sérias podem ocorrer. A dilatação e o remodelamento do coração criam um ambiente propício para a formação de arritmias, tanto ventriculares quanto supraventriculares. As arritmias ventriculares são uma causa temida de morte súbita nesses pacientes.
Outras complicações incluem a formação de coágulos sanguíneos (trombos) dentro das câmaras cardíacas dilatadas e paradas, que podem se desprender e causar embolias (como um AVC embólico), além da piora progressiva da própria insuficiência cardíaca.
O diagnóstico da miocardiopatia dilatada é feito por uma combinação da avaliação clínica minuciosa com uma série de exames complementares. O médico, geralmente um cardiologista, inicia com a anamnese e o exame físico, onde pode auscultar sopros cardíacos e identificar sinais de congestão pulmonar e edema.
Os exames fundamentais são:
O tratamento da miocardiopatia dilatada tem como objetivos principais controlar os sintomas, impedir a progressão da doença, prevenir complicações como a morte súbita e melhorar a sobrevida. A abordagem é multimodal, envolvendo mudanças no estilo de vida, terapia medicamentosa e, em casos selecionados, dispositivos cardíacos e transplante.
Além disso, o tratamento pode variar de acordo com a descoberta do que foi a causa da doença no paciente.
A base farmacológica é a mesma para a insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, o que pode incluir: inibidores da ECA ou BRA, betabloqueadores, antagonistas de mineralocorticoides, diuréticos, inibidores de SGLT2 (Gliflozinas).
São fundamentais e incluem restrição rigorosa de sal na dieta, limitação da ingestão de líquidos, abstinência de álcool e tabaco, prática de atividade física supervisionada e controle de peso.
Para um pequeno grupo de pacientes com doença terminal, refratária a todas as outras formas de tratamento, o transplante cardíaco permanece como a única opção curativa.
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