Sentir falta de ar, conhecida clinicamente como dispneia, é um sintoma comum que pode surgir por diversos motivos — desde esforço físico intenso até problemas respiratórios ou cardíacos mais sérios. A sensação pode variar entre um leve desconforto respiratório e uma real dificuldade para respirar, acompanhada de aperto no peito, cansaço ou ansiedade.
Embora muitas vezes passageira, a dispneia também pode sinalizar condições importantes, como insuficiência cardíaca, asma ou embolia pulmonar. Entender suas possíveis causas, tipos e formas de tratamento é fundamental para buscar ajuda médica no momento certo.
A dispneia, ou falta de ar, pode ter diversas origens. Em alguns casos, é desencadeada por esforço físico intenso ou mudanças de temperatura. Em outros, está relacionada a problemas de saúde que afetam o sistema respiratório ou o coração.
As causas mais comuns incluem:
A dispneia aguda (com duração de dias) costuma ter causas diferentes da dispneia crônica (com duração superior a 1 mês). O acompanhamento médico é fundamental para investigar o quadro com exames específicos e avaliar possíveis riscos.
A falta de ar costuma vir acompanhada de outros sinais importantes, que podem variar conforme a causa. Esses sintomas ajudam o médico a identificar se a origem é pulmonar, cardíaca ou até emocional.
Entre os sintomas mais relatados por pacientes com dispneia, estão:
Quando esses sintomas persistem por mais de alguns minutos ou se intensificam rapidamente, é importante procurar atendimento médico. Casos graves podem indicar um quadro de insuficiência respiratória, infarto ou embolia pulmonar.
Durante a gestação, é comum que a mulher experimente falta de ar, especialmente a partir do segundo trimestre. Essa sensação pode variar em intensidade e normalmente está relacionada às mudanças fisiológicas e anatômicas do corpo durante esse período.
As causas mais frequentes da dispneia na gravidez incluem:
Apesar de ser algo comum, a falta de ar persistente, acompanhada de dor no peito, tontura ou cansaço excessivo, deve ser avaliada por um médico. Em casos raros, pode indicar condições como anemia, asma ou tromboembolismo.
Se a gestante estiver com dificuldades para realizar tarefas simples ou sentir que os sintomas estão piorando, o ideal é buscar avaliação especializada com um cardiologista ou obstetra.
O diagnóstico da dispneia ou falta de ar exige uma abordagem detalhada por parte do médico, levando em conta sintomas, histórico clínico e exames físicos. Em muitos casos, é necessário investigar se a causa é de origem pulmonar, cardíaca ou funcional.
Entre os exames mais solicitados estão:
Dependendo da avaliação inicial, o médico poderá encaminhar o paciente a um cardiologista ou pneumologista para investigações complementares.
O diagnóstico correto é essencial para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações respiratórias ou cardiovasculares.
A dispneia pode ser classificada de acordo com suas causas, duração e momento em que ocorre. Essa diferenciação ajuda no diagnóstico e tratamento adequado da condição. A seguir, conheça os principais tipos:
É a mais comum e se manifesta quando o indivíduo sente dificuldade para respirar durante atividades físicas, mesmo aquelas que antes eram toleradas normalmente. Pode estar relacionada a doenças pulmonares, sedentarismo ou doenças cardíacas.
Ocorre durante o sono, geralmente após algumas horas deitado. A pessoa acorda com falta de ar intensa e necessidade de sentar-se ou levantar-se para conseguir respirar melhor. Costuma estar associada a insuficiência cardíaca congestiva.
Caracteriza-se pela falta de ar que se agrava quando o paciente está deitado e melhora ao sentar-se ou levantar-se. É comum em casos de problemas no coração ou nos pulmões e pode ser confundida com a forma noturna.
Surge de forma repentina e intensa. Pode indicar problemas graves como embolia pulmonar, crise asmática ou infarto agudo do miocárdio. Exige atenção médica imediata.
É persistente e dura semanas ou meses. Está geralmente relacionada a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose pulmonar ou outras condições progressivas.
A identificação do tipo correto é fundamental para determinar a causa da falta de ar e evitar complicações mais graves.
O diagnóstico da dispneia começa com uma avaliação clínica detalhada, feita por um médico clínico geral, pneumologista ou cardiologista, a depender da suspeita inicial. O profissional irá investigar os sintomas relatados, o histórico de saúde do paciente e possíveis fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo ou doenças cardíacas e pulmonares.
Após essa triagem inicial, exames complementares são geralmente solicitados para entender a origem da dificuldade respiratória. Os exames mais utilizados incluem:
Em casos mais específicos, podem ser solicitados testes como o teste de esforço, gasometria arterial ou até teste de caminhada de seis minutos, especialmente em pacientes com suspeita de doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC).
Uma avaliação completa permite não apenas diagnosticar a causa da falta de ar, mas também descartar condições graves e definir o tratamento mais adequado.
O tratamento da dispneia depende diretamente da causa subjacente — ou seja, o que está provocando a sensação de falta de ar. Por isso, o primeiro passo é sempre identificar a origem do problema, seja ela pulmonar, cardíaca, metabólica ou emocional.
Após o diagnóstico, o médico pode recomendar uma ou mais abordagens terapêuticas, que incluem:
Indicada para pacientes com doenças pulmonares crônicas, a fisioterapia ajuda a melhorar a função pulmonar, a mobilização da secreção e o padrão respiratório. Também é útil em pós-COVID e reabilitação cardiopulmonar.
Em casos mais avançados ou com oxigenação comprometida, o uso de oxigênio suplementar pode ser prescrito, especialmente em situações de insuficiência respiratória ou hipóxia crônica.
A atividade física moderada e supervisionada melhora o condicionamento cardiovascular, ajuda no controle de peso e reduz sintomas relacionados ao sedentarismo, obesidade e ansiedade.
Evitar a exposição a alérgenos, ambientes poluídos e fatores estressantes também faz parte da estratégia de tratamento, principalmente quando a dispneia está relacionada a asma ou condições psicossomáticas.
Nunca se automedique! Somente um profissional pode avaliar corretamente e indicar o tratamento ideal para cada tipo de dispneia.
A falta de ar pode ser um sintoma pontual e passageiro, como após exercícios intensos ou momentos de estresse, mas nem sempre é algo benigno.
Você deve procurar avaliação médica quando:
Em todos esses casos, a avaliação de um médico clínico, cardiologista ou pneumologista é essencial para investigar se existe uma condição subjacente como insuficiência cardíaca, DPOC, embolia pulmonar, asma ou até anemia severa.
Sentir falta de ar, tecnicamente chamada de dispneia, é um sintoma comum, mas que pode esconder problemas de saúde sérios, como doenças cardíacas, pulmonares ou até quadros de ansiedade e anemia.
Observar com atenção a frequência, os gatilhos e os sintomas associados à dispneia é o primeiro passo. Mas, diante de qualquer dúvida, o mais indicado é procurar um médico para uma avaliação completa.
Se você sofre com episódios recorrentes de falta de ar, especialmente se associados a cansaço, dor no peito, palpitação ou desconforto ao deitar, agende uma consulta com um cardiologista ou pneumologista. Um diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença.
Segundo o Manual MSD, a falta de ar pode ser causada por diversas condições, sendo essencial uma avaliação médica para determinar a causa exata e o tratamento adequado.
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